quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O QUE É INICIAÇÃO A VIDA CRISTÃ? (IVC)

A medida, em que, afirmamos ser a Iniciação a Vida Cristã e a transmissão da fé às novas gerações, um dos principais desafios do nosso tempo, se faz necessário situá-la no conjunto da ação evangelizadora da Igreja. Para melhor compreender, interessa-nos, explicar a diferença e a aproximação dos termos catequese e iniciação a vida cristã.  
Ao longo da história da evangelização se reduziu todo o processo de iniciação à vida cristã a simples catequese, concebida como mera transmissão de conteúdos, alheia ao processo mais amplo e integrado de amadurecimento da fé. Por muito tempo o itinerário (processo) de iniciação a vida cristã foi reduzido ao segundo momento, à catequese praticada como ensino-doutrinação, perdendo a prática mistagógica e processual da iniciação a vida cristã.
Essa prática a ser superada, se afirmou no passado pelo fato de que o estar imerso no contexto cultural e religioso da época já garantia o primeiro anuncio e boa parte da iniciação religiosa. Hoje diante do pluralismo religioso, corremos o sério risco de catequizar sem iniciar as gerações na fé e vida cristã. A Conferência de Aparecida afirma: ou educamos na fé, colocando as pessoas em contato com Jesus e convidando-as para seu seguimento ou não cumpriremos nossa missão evangelizadora. Impõe se para o hoje, a tarefa irrenunciável de oferecer uma modalidade de iniciação cristã, que além de marcar o que, também ofereça elementos, para quem, o como e o onde se realizam (DAp, 287).
Por isso, se entende por Iniciação a Vida Cristã, o processo pelo qual alguém é incorporado ao mistério de Cristo Jesus. Portanto, não se reduz a catequese. A catequese é apenas uma parte do processo pelo qual alguém é iniciado na vida cristã. Trata-se de percorrer um caminho para se chegar à realidade da incorporação em Cristo como experiência existencial, realizado e celebrado sacramentalmente.  Para os batizados a iniciação a vida cristã visa plantar e fazer germinar os germes da fé. Para o não batizado, é processo que leva ao mergulho no mistério de Cristo. Nesta realidade podemos falar de iniciação a vida cristã e também de reiniciacão à vida cristã.
A catequese se situa como parte do vasto e complexo processo de iniciação da vida cristã. É o período mais longo da caminhada, onde são colocados os fundamentos do edifício da vida cristã que se elevará. (DGC) nº 64,65,130. Os conteúdos tem sua importância desde que integrados ao processo mais amplo do seguimento de Jesus. No centro da iniciação cristã está uma Pessoa (Jesus) e não uma doutrina. O DGC diz: “a catequese é educação sistemática e progressiva da fé, aliada a um processo continuo de amadurecimento da própria fé” (Nº 67 e 69). Aqui a catequese assume caráter de serviço em favor de um itinerário maior de iniciação a vida cristã.
Se a catequese é o ato de fazer “eco”, fazer “ecoar”, isso supõe, que ela vem depois ter havido um som, uma voz previa, que já tenha sido anunciada. Corre-se o risco nos dias de hoje de uma catequese que não seja precedida de ação querigmática, dai ser necessária que ambas aconteçam simultaneamente: o anuncio no contexto da catequese e a catequese que seja ela querigmática.  Ao longo da experiência de vida cristã é importante a formação permanente. Teologicamente podemos dizer que a pessoa está iniciada com celebração do sacramento, contudo, se faz necessário o aprofundamento permanente para amadurecer sempre a fé cristã.

Em meio às aproximações e diferenciações, onde fica o catecumenato? Qual sua relação com iniciação à vida cristã? O catecumenato foi à instituição iniciática dos adultos nos primeiros séculos do cristianismo (primeiras comunidades) com finalidade de preparar os convertidos ao mistério de Cristo e para a vida em comunidade. De caráter “catequético-litúrgico-moral, constituídos por etapas, com momento culminante na celebração dos três sacramentos de iniciação a vida cristã presidida pelo bispo na Vigília Pascal”. O catecumenato se tornou o processo de transmissão mais eficaz da história da Igreja. É na atualidade a grande redescoberta da Igreja, no contexto da secularização, para a missão de transmissão da fé e iniciação na vida cristã. A iniciação a vida cristã aponta para “o que” enquanto o catecumenato nos fala do “como”, da iniciação a vida cristã.

INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ E A MISSÃO DA COMUNIDADE

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Animação Bíblico-Catequética realiza Assembleia Diocesana


A Assembleia foi realizada nos dias 29 e 30 de outubro, em Caçador. Estiveram presentes 62 pessoas, representando 17 paróquias da Diocese de Caçador/SC.
O tema da Assembleia foi “Paróquia e Iniciação à Vida Cristã”, assessorado pelo Frei João Fernandes Reinert, OFM, do Rio de Janeiro, que possui vasto estudo nesta área e uma obra publicada sobre o assunto. Durante os dois dias de encontro, oportunizou-se aprofundar e esclarecer o tema da Iniciação à Vida Cristã.
No primeiro momento o assessor buscou fazer uma leitura da realidade, refletindo sobre a mudança de época, a crise paroquial e a crise na transmissão da fé, situando a Iniciação à Vida Cristã dentro das diferentes realidades pastorais e paroquiais existentes. Em seguida apresentou algumas experiências e, também, a teoria para a implantação deste projeto no âmbito das paróquias. “O Frei João possui uma proposta de estudo dialético entre estas duas realidades: a renovação paroquial é uma exigência para a Iniciação à Vida Cristã e vice e versa”, ressaltou o Assessor Eclesiástico do Serviço Animação Bíblico-catequética (ABC), Pe. Márcio Martins Rosa.
De acordo com a Coordenadora Diocesana do ABC, Regiane Freire, o encontro foi positivo, porém ainda é uma utopia a participação de todas as paróquias. “A Coordenação avaliou como esclarecedor o encontro, pois Frei João conseguiu auxiliar na reflexão de como implantar a Iniciação à Vida Cristã nas estruturas paroquiais e pastorais existentes na atualidade. A partir de agora, a pauta é repensar a formação permanente sempre na linha da Iniciação”.

Leia mais em http://diocesedecacador.org.br/

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Maria, mãe de misericórdia!

Em outubro celebramos a Padroeira do Brasil e voltamos o olhar a Maria Mãe da Misericórdia, Mãe de Deus. O povo cristão carrega no coração a oração “salve rainha, mãe de misericórdia”, como a certeza de que ela foi quem melhor experimentou a misericórdia divina. 
Ninguém como ela conheceu a riqueza da misericórdia divina, ao gerar humanamente o Filho de Deus. Isso testemunhou em seu cântico: “sua misericórdia se estende de geração em geração” (Lc 1,50). Maria fez memória da compaixão divina, que a escolheu para ser a mãe do salvador. Ela é a pessoa que viveu “só da graça”, como disse Lutero. Também no momento de extremo sofrimento de seu Filho, aos pés da cruz, a mãe presenciou o perdão oferecido a quem O crucificou, e recebeu o discípulo amado como filho. Neste estão todos os discípulos, de todos os tempos!

Presente nos momentos fundamentais da vida de Jesus e da Igreja nascente, Maria é a mulher símbolo, modelo para a comunidade cristã. Ela, ao mesmo tempo, testemunhou a misericórdia e se fez instrumento desta. O povo cristão reconheceu nela a Mãe que assume os rostos dos seus filhos: por isso ela é representada em tantas imagens, de diferentes raças, cores, nações. Porque ela é mãe que abraça a todos os povos. A humanidade está abrigada sob o manto daquela que primeiro acreditou, para conduzi-la à fé.
Nela resplandece a imagem da nova humanidade, reconciliada, livre para servir e amar. Maria diz-nos e demonstra que o evangelho da misericórdia divina em Jesus Cristo é o melhor que pode ser dito, experimentado e transmitido. Dirijamos-lhe sempre a nossa oração pedindo a ela que volva para nós os seus olhos misericordiosos. Deixemo-nos conquistar pelo semblante de amor e ternura que provém da Mãe de Deus.

                                                                                              Pe. Márcio Martins Rosa

Paróquia Cristo Redentor – Caçador/SC
Encerramento Escola Catequética Diocesana reflete mistagogia
Ir. Maria Aparecida Barboza
Assessora


A última etapa da Escola Catequética Diocesana Centro-Sul, realizada nos dias 08 e 09 de outubro de 2016, contou com a assessoria da Irmã Maria Aparecida Barbosa, da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, de Porto Alegre. A Escola Catequética Diocesana tem a missão de colaborar na formação dos catequistas para que possam estar a serviço das comunidades para uma iniciação à vida cristã autêntica e atenta à mudança de época, tendo como base as etapas, tempos e exigências da formação iniciática na fé.
Em busca por formação e renovação do trabalho, 70 catequistas das microrregiões de Arroio Trinta, Videira, Caçador e Santa Cecília, que compõe as Regiões Centro e Sul da Diocese de Caçador, participaram da escola, que foi realizada em quatro etapas, durante o ano de 2016.
Durante a última etapa, realizou-se uma missa, celebrando a formatura do grupo. A celebração foi presidida pelo Pe. João Claudio Casara, Coordenador Diocesano de Pastoral e concelebrada pelo Pe. Francisco Dias, da Paróquia Nossa Senhora Rainha, de Caçador. Simbolicamente, foi entregue a cada catequista uma oração de envio à missão. O certificado será enviado aos alunos posteriormente, pois esta Escola foi realizada em parceira com a Faculdade Católica de Santa Catarina/FACASC, como um curso de extensão e, por questões burocráticas e legais, o certificado só pode ser emitido após sua conclusão. A sugestão é que cada paróquia realize uma celebração para entrega dos certificados, como um momento de louvor e, também, de motivação aos catequistas.
As catequistas Helena C. Massaroli, da Paróquia Imaculada Conceição, de Fraiburgo e Dirce S. Modena, da Paróquia São Luiz Gonzaga, de Iomerê, relataram um pouco da experiência de participar da escola e como esta contribui para o trabalho de evangelização nas paróquias.
Helena
“A escola foi de muita importância, por que dentro da catequese de iniciação à vida cristã, processo que a Diocese está vivendo, apresentou conteúdos muito importantes. Todas as etapas, desde a primeira querigma com a Irmã Marlene Bertoldi, a segunda com o Pe. Celso C. P. dos Santos, muito dinâmica e com diversas celebrações, a terceira sobre catecumenato, com o Fabio e o Edson e a última etapa com a Irmã Aparecida, sobre mistagogia, que falou sobre a adesão a Jesus Cristo e a seu projeto, em formar discípulos missionários, atendendo a um pedido da Igreja hoje, em ser uma Igreja de Saída em busca de novas pessoas comprometidas, verdadeiramente, com o Reino de Deus”.
Helena C. Massaroli, da Paróquia Imaculada Conceição, de Fraiburgo

Dirce
“Nós participamos em quatro pessoas da Paróquia São Luiz Gonzaga. Esta escola foi muito importante, ela contribuiu bastante na minha formação. A Igreja está investindo no Projeto da Iniciação Cristã, então os catequistas precisam buscar formação e, durante as quatro etapas, pudemos perceber a importância de cada uma, conforme seu conteúdo. Com certeza, será mais fácil iniciar o projeto em nossa paróquia”.
Dirce S. Modena, da Paróquia São Luiz Gonzaga, de Iomerê

Divanete Eloisa Bachi

Assessoria de Comunicação da Catequese da Diocese de Caçador

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Celebrar a Misericórdia no Sacramento da Reconciliação

O Ano Santo da Misericórdia, nos proporciona recuperarmos as obras de misericórdia corporais e espirituais: gestos pessoais e comunitários que nos salvam da frieza e do distanciamento a que somos quotidianamente tentados a viver das pessoas. Outro elemento importante desse Ano da Misericórdia é o sentido do sacramento da reconciliação para a vida cristã.
Hoje não podemos deixar de falar de uma grave crise deste sacramento. Na maioria das paróquias perdeu-se em grande medida a sua prática. Muitos participam da eucaristia sem cuidar da prática sacramental da penitência. O sacramento é vivido por alguns como um verdadeiro tribunal ou como maneira de controle. Em outros casos não passa de uma mera obrigação, inserida na preparação para os sacramentos da iniciação cristã. Acrescente-se a isso, a sensação de “inocência patológica”, que nega a culpa e a transfere aos outros ou ao sistema. Aqui funciona um gigantesco mecanismo de absolvição, que acaba por negar o pecado e as responsabilidades pessoais.
Jesus é o Sacramento da misericórdia. NEle a Igreja se torna sacramento de salvação e com seus sinais celebra e transmite a riqueza de Sua misericórdia, a começar pelo  batismo que perdoa os pecados e insere na comunidade de vida e amor. O sacramento da reconciliação é também conhecido como o “batismo das lágrimas”, que renova a graça batismal e oferece ao cristão um novo começo. Ele é o verdadeiro refúgio dos pecadores, algo que todos nós somos. Nele nos libertamos dos pesos que carregamos conosco. Em nenhum outro momento experimentamos a compaixão de Deus de forma tão imediata e direta. Confessar nossos pecados é sinal do nosso amor a Deus e pertença à comunidade, formada pelo povo “santo e pecador”.
É preciso que nos aproximemos desse sacramento com a confiança do filho mais novo da parábola do Pai misericordioso (Lc 15, 11), na certeza de que o pai nos espera de braços abertos, devolve nossa dignidade, festeja nosso retorno, e deseja ver a sua família completa, feliz e reconciliada. Esse é o desejo do Pai do céu para a família humana!
Como é importante revalorizarmos esse sacramento! Cresceremos na confiança em Deus, na humildade e no reconhecimento da nossa fragilidade. Nossas comunidades terão mais força superar as suas divisões e partidarismos. Também poderemos encontrar um jeito mais fraterno e caridoso para tratar as pessoas na Igreja, especialmente aquelas mais feridas e distanciadas. Seremos uma Igreja mais misericordiosa!
Como você vive o sacramento da reconciliação? É importante para você?
Pe. Márcio Martins Rosa

Paróquia Cristo Redentor – Caçador/SC

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ano da Misericórdia
Praticar as obras de misericórdia
Lembramos o importante sentido da peregrinação nesse Ano Santo, como expressão da nossa própria vida e como jeito de ser igreja, como povo de Deus peregrino. Recordávamos ainda que o perdão e a gratuidade são lugares de passagem obrigatórios.
Esse Ano da misericórdia nos convoca ainda a contemplar o rosto do Cristo, sofrido e abandonado nas pessoas que estão nas periferias sociais e existenciais de nosso tempo. O nosso modo de viver, influenciado pelo capitalismo, é individualista, apegado e inseguro. Não nos enganemos! Essa é a espiritualidade que o sistema capitalista exige: competição e acúmulo. Por isso crescem assustadoramente a violência e os extremismos. Anestesiados na indiferença temos dificuldade de perceber o sofrimento das pessoas, por vezes bem próximas de nós. “Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. Em cada um destes mais pequeninos está o próprio Cristo (MV, 15)”.
Inspirado nessa passagem e numa tradição antiga da espiritualidade cristã, o papa Francisco propõe ao povo cristão assumir as obras de misericórdia corporais e espirituais.
Exemplos das primeiras são: dar de comer aos famintos, acolher os peregrinos, visitar os presos, enterrar os mortos. Obras espirituais são: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar pessoas de difícil relacionamento, rezar a Deus pelos vivos e mortos.

Nesse contexto, recuperemos a simplicidade da vida e os gestos de misericórdia, pessoais e comunitários. Não nos esqueçamos das perguntas que o Senhor nos fará no juízo final: estive com fome, com sede, nu, preso, doente, estrangeiro, e me destes de comer, beber, me visitaste e me acolheste! (Cf. Mt 25, 31-45).
A vida moderna se tornou burocrática e sem sentido. As boas obras nos salvam da frieza e do distanciamento a que somos quotidianamente tentados a viver das pessoas. Relacionamentos intensos e verdadeiros na vida de comunidade nos ajudarão no caminho de saída das seguranças e da zona de conforto. Ao entardecer desta vida, examinar-nos-ão no amor, nos ensinou São João da Cruz.
Qual obra de misericórdia você pode assumir como compromisso nesse Ano Santo? E na sua comunidade como elas estão acontecendo?

Pe. Márcio Martins Rosa

Paróquia Cristo Redentor – Caçador/SC

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Escola catequética reflete sobre catecumenato

JUNHO 20, 2016 by DIOCESEDECACADOR in DESTAQUE with 0 COMMENTS
Durante os dias 17 a 19 de junho de 2016, no Centro de Formação São João Paulo II, Castelhano – Caçador, realizou-se a segunda etapa da Escola Catequética Diocesana -Centro- Sul, com participação de aproximadamente 70 catequistas. A escola tem como objetivo contribuir na formação dos catequistas para o exercício da catequese a serviço da iniciação à vida cristã, compreendendo os seus tempos, etapas e exigências. O assessor foi Pe. Celso Puttkammer dos Santos, da Paróquia Imaculada Conceição, de Fraiburgo.
O tema discutido foi o catecumenato, como tempo de aprofundamento da fé, catequese integral, celebrações com a comunidade e testemunho de fé. Na inspiração catecumenal da catequese, o catecumenato é o segundo tempo do processo, precedido pelo anúncio de Jesus Cristo, como Senhor e Salvador. Nesse sentido, o catecumenato é o “eco” do anúncio realizado pela comunidade cristã.
Leia mais em: http://diocesedecacador.org.br/site/escola-catequetica-reflete-sobre-catecumenato/

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Ano da Misericórdia
A Espiritualidade e a Misericórdia

Vivendo o ano jubilar da misericórdia a Igreja nos motiva a aprofundar a espiritualidade da misericórdia. É o convite incessante a sermos “misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36). Em um mundo marcado por tantos sofrimentos, extremismos, intolerâncias e fundamentalismos, o que significa viver a espiritualidade da misericórdia?
A espiritualidade é mais que oração ou qualquer prática devocional. É possível orar muito e não viver uma espiritualidade genuína. A espiritualidade tem a ver com as nossas motivações mais profundas, ideais, utopias, sonhos. Nesse sentido, todos vivem de certa espiritualidade. A espiritualidade do mundo capitalista é o consumo, o poder e o dinheiro. Por outro lado, a espiritualidade cristã é o seguimento de Jesus, segundo o seu espírito. Sua fé, suas opções, suas atitudes, seu destino são os nossos! Ser cristão é viver do Espírito de Jesus, que veio para servir e não para ser servido (Mc 10,45), que veio ao mundo não para condená-lo, mas para salvá-lo (Jo 3,17)
Viver a espiritualidade da misericórdia significa colocar-se no caminho de Jesus, reconhecidos de que ele nos olhou e escolheu com misericórdia. Que somos também necessitados do perdão restaurador de Deus. Colocando-se como discípulos dele, convocados a praticar a misericórdia e oferecer o perdão. Sem dúvida, entre os nossos maiores desafios está vencer o consumismo e a indiferença presentes também em nós cristãos. Há espiritualidades que se dizem cristãs, mas não passam de mero consolo egoísta.
Há milhões de pobres, excluídos, injustiçados, descartados, doentes, sem teto, terra e trabalho. Viver a espiritualidade da misericórdia começa com abrirmos os olhos a essas realidades, por vezes tão perto nós, geograficamente, mas distantes pela nossa indiferença. “Vinde benditos de meu Pai, porque estive com fome e me destes de comer” (Mt 25,35), disse Jesus. A misericórdia que tivermos para com os últimos será o critério para o nosso encontro definitivo com Deus.
Pe. Márcio Martins Rosa

Paróquia Cristo Redentor – Caçador/SC

terça-feira, 10 de maio de 2016

Interação entre Liturgia e Catequese: uma aproximação necessária
Edson De Bortoli[1]

Ao se fazer uma avaliação da realidade pastoral presente, percebe-se que, infelizmente, ainda insiste-se em manter, em lado opostos, a catequese, com tarefa estrita de doutrinação, e a liturgia, unicamente vista como ato de culto. Enquanto a primeira se limita na preocupação com os aspectos pedagógicos, a segunda se detém nos aspectos celebrativos. As duas permanecem sem unidade de fundo. A distância entre elas aparece como uma das principais causas da não continuação da vida comunitária eclesial das pessoas após sua recepção dos sacramentos. Deste modo, um dos grandes desafios do processo de iniciação à vida cristã consiste em romper a grande muralha que há entre a catequese e a liturgia. Se catequese significa fazer ressoar a mensagem, é importante que ela seja um lugar para o indivíduo tornar-se ouvinte da Palavra, isto é, que ela seja marcada pela densidade litúrgica e celebrativa. (Cf. REINERT, 2015, p.86-87). Como afirma Reinert (2015, p.87), “investir em uma iniciação cristã litúrgico-sacramental que relacione anúncio, formação, celebração e vivência da fé é um caminho necessário para superar uma compreensão catequética concebida unicamente como doutrina, e a liturgia como apêndice à educação da fé”.
A liturgia é dotada de forte teor catequético, enquanto a catequese conduz e educa para a vida litúrgica. Como lembra o Diretório Nacional de Catequese: “a liturgia é fonte inesgotável da catequese, não só pela riqueza de seu conteúdo, mas pela sua natureza de síntese e cume da vida cristã: enquanto celebração ela é ao mesmo tempo anúncio e vivência dos mistérios salvíficos; contém, em forma expressiva e unitária, a globalidade da mensagem cristã. Por isso ela é considerada lugar privilegiado de educação da fé.” (DNC, 118).
Conforme a Constituição Sacrosanctum Concilium, “a Liturgia é o cimo para o qual se dirige a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte donde emana toda a sua força” (SC, 10). Se esta afirmação for aceita como verdadeira e para a caminhada pastoral, então um processo catequético que não se aproxima da vida litúrgica perde sua razão de ser, além de fazer com que os sacramentos se transformem em simples ritualismos individualistas, sem nenhum sentido real para aquele que os recebe. (Cf. REINERT, p.87).
A proposta da metodologia catecumenal considera a iniciação á vida cristã como uma intensa celebração, intercalada por momentos celebrativos e rituais, que tem seu ápice na recepção dos sacramentos da iniciação à vida cristã, na noite da Vigília Pascal. Isso evidencia o potencial catequético da liturgia, que é um caminho que conduz o catecúmeno na linguagem dos símbolos e ritos litúrgicos. Por isso, ambas são importantes, pois se ajudam mutuamente na missão de introduzir o catecúmeno no Mistério Pascal. (Cf. REINERT, 2015, p.88).
A vivência de uma autêntica espiritualidade litúrgica é um modo de se viver constantemente a graça sacramental da iniciação cristã, renovada em cada celebração eucarística e celebrada o longo do ano litúrgico. Gera uma forma própria de ser cristão inserido no mundo, pois ela vai aos poucos forjando uma identidade cristã. Portanto, ela possibilita ao batizado a vivência de um contínuo estado de iniciação à fé. (Cf. LELO, 2005, p.129-131).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONCÍLIO VATICANO II, 1962-1965, Vaticano. Constituição Sacrosanctum Concilium. In: COSTA, L. (Org.). Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). 1.ed. São Paulo: Paulus, 1997, p.33-86.

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Diretório Nacional de Catequese. Brasília: Edições CNBB, 2006.

LELO, A. F. A iniciação cristã: catecumenato, dinâmica sacramental e testemunho. São Paulo: Paulinas, 2005. (Coleção água e espírito).

REINERT, J. F. Paróquia e iniciação cristã: a interdependência entre renovação paroquial e mistagogia catecumenal. São Paulo: Paulus, 2015. (Coleção catequese).



[1] Seminarista do 3º ano de Teologia da Diocese de Caçador.

terça-feira, 22 de março de 2016


Celebração Penitencial




Acolhida
Canto: Eis o tempo de conversão.
Presidente: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Presidente: A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo que nos ensinou as bem-aventuranças esteja convosco.
Todos: Bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo.
Presidente: Irmãos: As bem-aventuranças que Jesus Cristo ensinou aos seus discípulos são o caminho da santidade. Quem segue por ele possuirá o Céu como herança. Mas o pecado leva-nos, muitas vezes, a seguir outros rumos, e fecha-nos o coração a essas palavras.
Oremos, pedindo a Deus a graça de as escutarmos com fé e de vivermos segundo o exemplo do seu Filho. (Todos oram em silêncio durante algum tempo)  Abri, Senhor, os nossos corações para escutarmos hoje a vossa voz, de modo que, aceitando o Evangelho do vosso Filho, mereçamos, pela sua morte e ressurreição, caminhar numa vida nova. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Todos: Amém
Presidente: Esta celebração penitencial tem no centro o Evangelho das bem-aventuranças. Quem o praticar, receberá o reino dos Céus como herança. Dado, porém, que todos somos pecadores, precisamos de buscar em Deus, que é fiel e justo, o espírito de penitência a que nos exorta a primeira leitura que escutamos de seguida. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos.
Leitura da Primeira Carta de São João.  1 Jo 1, 5-9
Salmo 145:
Refrão:  Felizes os pobres que o são no seu íntimo, porque é deles o reino dos Céus.
1-      Feliz o que tem por auxílio o Deus de Jacob,
 o que põe sua confiança no Senhor, seu Deus,
que fez o céu e a terra,
o mar e quanto neles existe.
2-      Eternamente fiel à sua palavra,
faz justiça aos oprimidos
e dá pão aos que têm fome.
O Senhor dá liberdade aos cativos.
3-      O Senhor dá vista aos cegos,
o Senhor levanta os abatidos.
 O Senhor ama os justos,
o Senhor protege os peregrinos.
4-      Ampara o órfão e a viúva,
e entrava o caminho aos pecadores.
O Senhor reina eternamente.
Sião, o teu Deus é rei por todas as gerações.

Aclamação: Eu vim para escutar

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus. Mt 5, 1-10

Partilha da Palavra

Presidente: Irmãos: Jesus Cristo deixou-nos o exemplo para que sigamos os seus passos. Dirijamos-lhe a nossa oração com toda a humildade e confiança, para que purifique os nossos corações e nos conceda a graça de vivermos sempre em conformidade com o seu Evangelho:

R: Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
1)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus»; mas nós andamos demasiado preocupados com as riquezas, e procuramo-las até por meios injustos. R.
2)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados»; mas nós suportamos com impaciência as nossas aflições, e preocupamo-nos pouco com os nossos irmãos que sofrem.  
3)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra»; mas nós somos violentos uns contra os outros, e o nosso mundo está cheio de discórdias e de guerras.
4)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados»; mas nós sentimos pouca sede de Vós, que sois a fonte de toda a santidade, e vivemos descuidados no que se refere à justiça tanto particular como pública.
5)                  Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia»; mas nós não queremos perdoar aos irmãos, e julgamos com severidade o nosso próximo.
6)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus»; mas nós somos escravos dos desejos dos sentidos, e não somos capazes de levantar os olhos para Vós.
7)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus»; mas nós não sabemos fazer a paz nas nossas famílias, nem na sociedade, nem na vida dos povos.
8)                 Senhor Jesus Cristo, Vós dissestes: «Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus»; mas nós praticamos antes a injustiça, em vez de sofrermos de bom grado pela justiça, e cometemos discriminações, opressões e perseguições contra os nossos irmãos.

Pai- Nosso

Canto: A ti meu Deus

Presidente: Senhor Jesus Cristo, manso e humilde coração, misericordioso, pacífico e pobre, que morrestes pela justiça e que pela cruz chegastes à glória, para nos mostrar o caminho da salvação, concedei-nos a graça de aceitarmos com alegria o Evangelho e de vivermos segundo o vosso exemplo, como herdeiros e participantes convosco no reino dos Céus. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.
Todos: Amém.

Ritos de Conclusão
O Senhor esteja convosco.
Todos: Ele está no meio de nós.
O ministro abençoa os fiéis, dizendo:
Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. Todos: Amém.
Presidente: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
Todos: Graças a Deus. Ou outra fórmula apropriada.

Hino da CFE-2016
01 – Eis, ó meu povo o tempo favorável da conversão que te faz mais feliz; da construção de um mundo sustentável, “Casa Comum” é teu Senhor quem diz:
Refrão: Quero ver, como fonte o direito a brotar, a gestar tempo novo: e a justiça, qual rio em seu leito, dar mais vida pra vida do povo.
02 – Eu te carrego sobre as minhas asas, te fiz a terra com mãos de ternura;
vem, povo meu, cuidar da nossa casa! Eu sonho verde, o ar, a água pura.

Adaptado do Ritual de Penitência.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

DIOCESE DE CAÇADOR
Av. Santa Catarina, 228 – Caixa Postal 227 – 89500-000
CAÇADOR/SC – Fone (49) 3563 2045/ 99370583

Caçador, 10 de fevereiro de 2016.

“Ser discípulo é um dom destinado a crescer. A iniciação à vida cristã dá a possibilidade de uma aprendizagem gradual no conhecimento, no amor e no seguimento de Cristo. Uma comunidade que assume a iniciação à vida cristã renova sua vida comunitária e desperta o caráter missionário”. DAp 291

Estimados Sacerdotes e Coordenadores Paroquias de Catequese

A Iniciação à Vida Cristã, fundamentada na Palavra de Deus, concentra o Mistério Pascal (paixão, morte e ressurreição), anunciando que o Filho de Deus se encarnou, viveu entre os homens e mulheres de seu tempo, anunciou o Reino do Pai e para lá retornou, prometendo vida eterna para todos. Este mistério de amor anunciado e vivido por Jesus é o centro da nossa vida cristã.

Temos a alegria de lembrá-los do Encontro das Coordenações Diocesana de Catequese, conforme nossa agenda pastoral.

Data: 27 e 28 de fevereiro
Início: 8h30 (sábado)
Término: 13h (domingo)
Local: Centro de Formação João Paulo II- Castelhano - Caçador
Tema: Apresentação e Estudo do Novo Projeto Diocesano de Catequese
Participantes: 5 pessoas da coordenação paroquial
Investimento: R$ 105,00

OBS: Favor confirmar o número de participantes até dia 24 de fevereiro, junto a coordenação. Trazer roupa de cama e banho e material de uso pessoal.

Na sexta-feira dia 26 de fevereiro faremos a Reunião da Coordenação Diocesana de Animação Bíblico-Catequética, no Castelhano, com início às 19 h.

Serviços:

Acolhida/ Ambiente/ Oração: Micro de Caçador.
Animação: João Soares.

Desde já agradecemos a colaboração e participação!
Fraternalmente!

Regiane D. Freire

Pela Equipe de Animação Bíblico-Catequética

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