quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Celebrar a Misericórdia no Sacramento da Reconciliação

O Ano Santo da Misericórdia, nos proporciona recuperarmos as obras de misericórdia corporais e espirituais: gestos pessoais e comunitários que nos salvam da frieza e do distanciamento a que somos quotidianamente tentados a viver das pessoas. Outro elemento importante desse Ano da Misericórdia é o sentido do sacramento da reconciliação para a vida cristã.
Hoje não podemos deixar de falar de uma grave crise deste sacramento. Na maioria das paróquias perdeu-se em grande medida a sua prática. Muitos participam da eucaristia sem cuidar da prática sacramental da penitência. O sacramento é vivido por alguns como um verdadeiro tribunal ou como maneira de controle. Em outros casos não passa de uma mera obrigação, inserida na preparação para os sacramentos da iniciação cristã. Acrescente-se a isso, a sensação de “inocência patológica”, que nega a culpa e a transfere aos outros ou ao sistema. Aqui funciona um gigantesco mecanismo de absolvição, que acaba por negar o pecado e as responsabilidades pessoais.
Jesus é o Sacramento da misericórdia. NEle a Igreja se torna sacramento de salvação e com seus sinais celebra e transmite a riqueza de Sua misericórdia, a começar pelo  batismo que perdoa os pecados e insere na comunidade de vida e amor. O sacramento da reconciliação é também conhecido como o “batismo das lágrimas”, que renova a graça batismal e oferece ao cristão um novo começo. Ele é o verdadeiro refúgio dos pecadores, algo que todos nós somos. Nele nos libertamos dos pesos que carregamos conosco. Em nenhum outro momento experimentamos a compaixão de Deus de forma tão imediata e direta. Confessar nossos pecados é sinal do nosso amor a Deus e pertença à comunidade, formada pelo povo “santo e pecador”.
É preciso que nos aproximemos desse sacramento com a confiança do filho mais novo da parábola do Pai misericordioso (Lc 15, 11), na certeza de que o pai nos espera de braços abertos, devolve nossa dignidade, festeja nosso retorno, e deseja ver a sua família completa, feliz e reconciliada. Esse é o desejo do Pai do céu para a família humana!
Como é importante revalorizarmos esse sacramento! Cresceremos na confiança em Deus, na humildade e no reconhecimento da nossa fragilidade. Nossas comunidades terão mais força superar as suas divisões e partidarismos. Também poderemos encontrar um jeito mais fraterno e caridoso para tratar as pessoas na Igreja, especialmente aquelas mais feridas e distanciadas. Seremos uma Igreja mais misericordiosa!
Como você vive o sacramento da reconciliação? É importante para você?
Pe. Márcio Martins Rosa

Paróquia Cristo Redentor – Caçador/SC

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