terça-feira, 16 de outubro de 2012

Catequese de Adultos


Catequese com adultos
De alguns anos para cá, a Igreja tem colocado ênfase na catequese com adultos. Esta opção se baseia na atenção aos sinais dos tempos e se insere no amplo processo de renovação desencadeado pelo Concílio Vaticano II. No âmbito da catequese, um dos frutos principais do Concílio foi esclarecer que a principal modalidade catequética é aquela que visa os adultos, pessoas capazes de uma adesão plenamente responsável. A Igreja foi tomando consciência de que são os adultos e não as crianças os principais interlocutores da catequese.      Dentre os muitos elementos que se deve levar em conta na Catequese com Adultos, gostaria de destacar um ponto fundamental a ser observado. Antes de tudo, é preciso respeitar à realidade da pessoa. É oportuno perguntarmo-nos: quem são os adultos que precisam de catequese? Os que nunca foram batizados ou aqueles que foram batizados, mas tiverem uma catequese deficitária? O simples fato de ser batizado (e crismado) tem como conclusão lógica “não precisar mais de catequese”? Temos de ter presente que nossa Igreja é formada de pessoas, em sua grande maioria, batizadas na infância. O batismo das crianças se fundamenta na fé dos adultos, pais e padrinhos, que se comprometem a transmitir os valores cristãos aos seus filhos e afilhados. As crianças então recebem primeiramente o primeiro dos sacramentos de iniciação (o batismo), posteriormente o anúncio missionário e os conteúdos da fé entremeados pelo segundo sacramento da iniciação (a eucaristia), e finalmente o último dos sacramentos (a confirmação). Esse caminho nem sempre é tranquilo e depende muito do apoio e comprometimento dos pais e padrinhos, como também da comunidade cristã, que por diversas razões nem sempre dão conta da tarefa. Não se trata de encontrar culpados, mas de reconhecer que a tarefa de educar as futuras gerações, não apenas na fé e na religião, mas também nos valores e nos conhecimentos, é desafiadora, difícil e delicada. Os desafios e dificuldades são ainda maiores nos tempos atuais em que vivenciamos não apenas uma época de mudanças, mas uma mudança de época.  Por conta disso, o respeito à realidade dos adultos que buscam ou necessitam de catequese se exprime numa atitude ativa de suspensão de ideias preconcebidas. A comunidade e os responsáveis pelo processo catequético, não são juízes, mas companheiros de jornada.  Por isso, os adultos que buscam a catequese devem ser acolhidos incondicionalmente em sua individualidade e nas particularidades de sua história de vida. É o primeiro passo. Paralelamente ao acolhimento incondicional, deve-se estar atento à possibilidade e à necessidade de se oferecer um acompanhamento o mais personalizado possível. É o segundo passo. O adulto anseia por conhecimentos e aprendizagens existenciais, que partem de questionamentos e indagações ligadas às circunstâncias de sua realidade de vida. É muito importante levar em conta as experiências vividas, fazendo com que a catequese seja mediadora da experiência de fé da pessoa. Portanto, assumir a catequese com adultos é tarefa de toda a Igreja, mediadora do chamado de Deus. Como nos recorda o Papa Bento XVI na carta apostólica Porta Fidei, “o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Batismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação”. (n. 10).
Pe. André Luiz Giombelli
Paroquia São Luiz Gonzaga - Iomerê

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