terça-feira, 12 de novembro de 2013

BÍBLIA E CATEQUESE


Estamos no mês da Bíblia e refletindo, de maneira especial, sobre a travessia do povo de Deus no deserto e o consequente encontro com Ele. Falamos hoje da animação bíblica de toda pastoral e do retorno da “lectio divina”, ou leitura orante da Bíblia, em nossas reuniões de grupo e círculos bíblicos. Nesta semana a nossa Arquidiocese esteve reunida por Vicariatos nas Assembléias dos Círculos Bíblicos. Também na catequese tivemos um bom trabalho para que o aprofundamento da fé tivesse como grande fonte a Palavra de Deus. A Iniciação Cristã nos trouxe a figura dos “introdutores” para a primeira acolhida dos que chegam às nossas comunidades e que devem ser pessoas que transmitam a “palavra de Deus” pelo seu testemunho. Vivemos em tempos muito ricos e que supõem de cada um a abertura para escutar o Senhor que nos fala.

Costuma-se dizer que a Bíblia é o principal livro da catequese, a mais importante fonte do processo de evangelização. Isso é fácil de entender, pois sabemos que a Bíblia é, para nós, Palavra de Deus. Se, na catequese, o que se pretende é ajudar o catequizando a realizar o seu encontro com Deus, fica clara a importância da Palavra de Deus por meio da qual se realiza esse encontro. A catequese é, sem dúvida, centrada na Palavra de Deus. O catequizando deve aprender a escutar a Bíblia e deve ser incentivado a vivenciá-la. Por meio da Palavra, Deus se comunica conosco e nós nos comunicamos com Ele.

É impossível compreender exatamente o que seja a catequese sem compreender profundamente a Palavra de Deus. O Diretório Nacional de Catequese nos fala que é preciso que a catequese seja alimentada e dirigida pela Sagrada Escritura. É tão grande a força e virtude da Palavra de Deus que fornece à Igreja a solidez da fé, o alimento da alma, fonte pura e perene da vida espiritual. A própria Escritura testemunha: A "Palavra de Deus é viva e eficaz" (Hb 4,11).

A Bíblia é, pois, o primeiro livro de catequese. Antes de a Bíblia ser escrita, Israel encontrou-se com seu Deus e alimentou sua vida de fé numa longa experiência comunitária de luta pela sua sobrevivência e dignidade. Nessa experiência vai despontando o jeito catequético de Deus, através do qual Israel foi aprendendo a ver Deus no centro de sua história e da vida de cada um.

Por meio dessa longa experiência, podemos comparar a Bíblia com uma antiga “máquina de costura”, que vai costurando a aliança de Deus com o povo e do povo com Deus. O “carretel de linha” é o mistério do amor de Deus que vai penetrando os orifícios de nossa vida. A “canelinha” somos nós, que devemos corresponder à penetração da agulha de Deus em nossa vida. O importante é “firmar o ponto” e não afrouxar a costura, senão vamos “franzir” a nossa vida cristã. Através de nossa liberdade podemos cortar a linha e quebrar a aliança com Deus. A catequese é, portanto, a constante “costura” que fazemos com Deus. Não se faz roupa apenas em alguns momentos da vida. Daí a importância da catequese e de sua formação permanentes.

Depois de muito tempo, por inspiração de Deus, Israel vai pondo por escrito aspectos marcantes dessa experiência vivida à luz da fé. A vivência suscita os escritos. Na catequese de Deus os fatos precedem as escritas. É a grande pedagogia da Bíblia. Os escritos que vão surgindo mantêm viva e aprofundam a fé através de releituras posteriores provocadas pelos fatos novos.

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